Durante o período de duas semanas do mês de abril de 2016, ministramos uma oficina sobre fontes históricas e noção de tempo, temática proposta pelo professor regente da turma César Jungblut, da Escola Básica Municipal Henrique Veras, na turma do sexto ano do ensino fundamental. Tendo em vista que os alunos estariam sendo introduzidos aos estudos históricos, foi solicitado que abordássemos a temática com a aplicação de uma oficina.
Como apoio, utilizou-se como referência teórica o texto “Aula oficina: do projecto à avaliação”, de Isabel Barca (2004), no qual parte do principio que o aluno é o agente de sua formação com idéias prévias e experiências diversas, enquanto o professor é o investigador social e organizador de atividades problematizadoras.
Partindo disso, a primeira e segunda aula de terça feira, foi planejada pensando debater e conhecer as idéias prévias dos alunos sobre história e fonte histórica. Colocamos no quadro a palavra “História” e perguntamos aos estudantes o que entendiam sobre este conceito. Várias idéias apareceram ao redor desta palavra e assim, fomos construindo um mapa conceitual de história junto aos alunos. Também realizamos esta proposta com a palavra “Fonte Histórica”.
Já na quinta-feira, apenas uma aula, discutimos o conceito de “tempo”. Nessa aula, os alunos se mostraram mais agitados, tinham recém voltado da Educação Física, vale salientar que a estrutura da instituição possui apenas um ventilador, sendo assim o calor e o agito predominaram na aula. Retomamos a questão de história e noção de fonte, logo na sequencia introduzimos a questão do tempo, modos de marcação do mesmo e demonstrando aos alunos que este é uma construção humana. Em alguns momentos o professor César dava sua contribuição, citando alguns exemplos de hábitos de se orientar temporalmente no passado, por exemplo, a relação entre os trabalhadores do campo e o sol.
Na segunda semana, retomamos algumas questões sobre história e fontes. No entanto, além de trabalharmos o tempo, explicamos o uso de década, século e milênio. Ao longo da aula, fomos explicando e fazendo atividades com os alunos sobre os números romanos. O que chama atenção é que os alunos não se manifestaram para dizer que estavam com dificuldades em relação aos séculos. Porém, quando passamos no quadro uma atividade em que eles teriam que colocar os séculos nas respectivas lacunas, alguns não conseguiam fazer. Vale ressaltar que, num caso especifico, uma menina não demonstrava noções básicas de matemática, pois quando fomos em sua mesa orientá-la, ela demorava muito tempo para responder quanto era 13+1 por exemplo. Em alguns momentos até errava as contas básicas. Fato que nos chamou atenção e que foi relatado ao professor regente da turma.
Já no último dia da aula-oficina, encerramos com uma atividade na qual chamamos de “varal do tempo”. Após uma de nossas aulas sobre fontes históricas, surgiu um debate sobre as vestimentas usadas pelas pessoas nos séculos passados. Aproveitamos o rico interesse dos alunos e pensamos numa oficina em cima disso. Sendo assim, selecionamos na internet 10 imagens de vestimentas utilizadas pelas pessoas ao longo do tempo. Recortamos e já deixamos preparadas para que eles as colocassem em ordem cronológica, sendo assim, poderia verificar as mudanças com o passar do tempo em relação aos modos de se vestir.
Após o recorte colocamos, distribuímos as imagens em seis envelopes para dar um ar de suspense para as crianças, coisa que funcionou.
A atividade foi bem produtiva, os alunos ficaram empolgados e tiveram algumas dificuldades de distinguir alguns períodos históricos. Por fim, fizemos um grande debate e depois os alunos expuseram nas paredes de sua sala a oficina realizada.
A partir dos conhecimentos prévios dos alunos sobre história, evidência histórica, noção de tempo, formou-se um mapa conceitual sobre os três pontos trabalhados. Acredito que também atingimos o objetivo de fazer com que os alunos compreendessem a importância da fonte histórica, o uso delas e a investigação de sua credibilidade. A noção de tempo também foi bastante abordada, a questão de rupturas e permanência, o tempo com construção humana, a criação da linha do tempo como uma criação dos historiadores, no século XIX, para facilitar o aprendizado.
Comentarios