TRANSFORMAÇÕES URBANAS, SOCIAIS E CULTURAIS por Lucas Santos, EBM Henrique Veras
[Foto da Praça Hercílio Luz, Centro Histórico de São José, SC, c. 1921] (Fonte: GERLACH, Gilberto; MACHADO, Osni. São José da Terra Firme. São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2007, p. 173)
Esta atividade foi elaborada e aplicada para os alunos do nono (9º) ano da Escola Municipal Henrique Veras, localizada na Lagoa da Conceição, durante o horário das aulas de história e sob supervisão do professor Cesar Jungblut.
O conteúdo do programa escolar do 9º ano atentava-se aos séculos XIX e XX, as ações “imperialistas”, a busca por riquezas para o desenvolvimento econômico e as relações intercontinentais estabelecidas no período. Pensando no mesmo recorte temporal e, em especial, as mudanças ocorridas na passagem do século XIX para o XX, o professor Cesar sugeriu a realização da oficina com enfoque nas transformações urbanas e sociais brasileiras ocorridas no período.
A partir da temática proposta, objetivou-se compreender as transformações estruturais, urbanas e modernizadores e suas implicações nos hábitos sociais da população brasileira. Tal objetivo seria alcançado pela apreensão de elementos como: as noções de modernização existentes no Brasil Império (1822-1889) e Primeira República Brasileira (1889-1930); os planos econômicos do período e o estabelecimento de relação entre o processo urbano modernizador e a disputa político-cultural.
A fim de contemplar a temática proposta e perceber os conceitos históricos já conhecidos pelos educandos, o material elaborado para a oficina se concentrou na montagem de slides com o histórico de eventos e aspectos sociais brasileiros no fim do Período Imperial e início da República, ação higienista e segregação na cidade de Florianópolis; recorte de pequenos trechos (cerca de 5) do filme brasileiro Mauá – O Imperador e o Rei, de 1999, dirigido por Sérgio Rezende e a elaboração de materiais para análise e interpretação. O primeiro material enfocou a análise, interpretação e relação entre o filme, texto e contexto econômico brasileiro durante o final do Brasil Imperial e a figura de Irineu Evangelista, o Barão de Mauá. Já o segundo material consistiu na análise imagética de duas fotos do Centro Histórico de São José no início do século XX, as transformações ocorridas durante as duas primeiras décadas e a relação do modelo de cidade imperial/republicana. Ainda, para auxiliar na reflexão, foi disponibilizado uma pintura de um artista josefense e um excerto da apresentação de sua obra, na qual faz referência a uma “Cidade Imperial”, mas que se desenvolveu no período republicano.
A oficina teve seu início no dia 19 de maio e ocupou as duas aulas do dia. Estava previsto a exposição de slides, a exibição dos trechos selecionados do filme e a realização da primeira atividade. Com a participação da turma, os slides foram apresentados e, ao longo da exposição, foram revisados alguns conceitos por eles já conhecidos. Em seguida, por problema com o computador, os trechos do filme não puderam ser exibidos. Por fim, a ordem das atividades foi trocada. Após discussões, os alunos receberam a atividade de análise imagética sobre o Centro Histórico de São José, a realizaram e entregaram ao final da aula.
[Vista Panorâmica do Centro Histórico de São José, SC, Acrílico sobre tela. José Cipriano, 2012] (SILVA, José Cipriano da. São José: Uma cidade Imperial. Florianópolis: Edição do autor, 2013, p. 7; 28-29.)
No dia 24 de maio, no período de uma aula, retomou-se a discussão com a turma. Apesar de encontrar problemas com o computador novamente, os trechos do filme foram exibidos e, com a discussão foram relacionados com as questões da atividade. Com pouco tempo para a finalização da atividade, os alunos recolheram o material e o terminariam em casa. No dia 09 de junho, na primeira aula do dia, os alunos pegaram o material e finalizaram a atividade, tirando suas últimas dúvidas. Assim, também, finalizando a oficina proposta.
Com uma temática abrangente e possível de ser debatida por inúmeras formas, a ação proposta tratou de aspectos pontuais, mas que objetivavam o debate e o estabelecimento de relações entre diferentes elementos e períodos históricos. O desenvolvimento das atividades e os resultados obtidos consistiram em análises mais pontuais, objetivas e induzidas pelos comentários expostos ou do professor, com poucas exceções. Todavia, os conceitos aparentemente foram mobilizados. Ainda assim, para além da apropriação de conceitos, a ação educacional concentrou-se num exercício de interpretação textual e relação de informações entre diferentes canais de comunicação (imagem, texto e vídeo).
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