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Foto do escritorPIBID HISTORIA UDESC

O QUE É SER BRASILEIRO? A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA NO SÉCULO XIX

Atualizado: 14 de mai. de 2019

por Vitor Gasparetto, Nathália Hermann e Mateus Vieira, EBM Henrique Veras



Esta oficina, realizada com a turma do oitavo ano vespertino da Escola Básica Municipal Henrique Veras no dia 14 de setembro de 2015, com a ajuda do professor César Jungblut, teve como proposta discutir sobre como se dá a construção da identidade brasileira. Como a turma tinha acabado de estudar sobre os processos de vinda da corte portuguesa em 1808 e a Independência do Brasil em 1822, achamos importante discutir com os alunos sobre como se deu esse projeto de nação, como as pessoas se identificavam com esse Brasil recém criado e como elas se identificam com o Brasil contemporâneo.

Queríamos trabalhar como os conceitos de ‘identidade’ ‘nação’ e ‘passado’ são construídos e reconstruídos o tempo todo, além de tentar trabalhar com a interpretação do conteúdo, algo que sentíamos ser muito deficiente na turma, acostumada a copiar trechos do livro didático nas suas respostas. Pensamos a oficina em três momentos: uma discussão com os alunos sobre o que os tornam brasileiros; uma oficina no qual eles iriam analisar pequenos trechos de documentos imagéticos e textuais do século XIX, cada um falando de um grupo étnico-social que vivia no Brasil da época (Negros de origem Malê, Grupos indígenas, Açorianos, Alemães e Portugueses vindos da corte) e um debate, quando os alunos deveriam conversar sobre o seu entendimento dos documentos.

O questionário foi feito de forma especial para que não tivesse respostas ‘corretas’, ele tinha perguntas que serviam para auxiliar na análise do texto e guiar os alunos no conteúdo relativamente complexo dos documentos (“de quando é o texto?” “quem escreveu?” “sobre quem fala?”) e perguntas de opinião pessoal do aluno (“você acha que essas pessoas eram brasileiras? Porque?”). O objetivo era compararmos essas respostas para fomentar a discussão na mesa redonda.

Separados em grupos de em média três integrantes, os alunos recebiam as fontes que deveriam ser analisadas. Dificuldades foram surgindo na atividade posterior a discussão que iniciou a aula, discussão essa que não gerou o debate esperado exigindo que nós bolsistas expuséssemos comentários para fomentar a participação dos alunos, buscando também uma não dispersão deles da aula, um desafio visível para os professores em sala de aula. A recepção inicial dos documentos pelos alunos não foi a esperada,  mas a partir da nossos incentivos e nossa orientação  o interesse foi maior.

No dia 21 de setembro, uma semana após o início da oficina, os alunos tiveram tempo para finalizarem suas questões e logo após esse primeiro momento da aula socializamos as respostas. Os resultados foram bastante positivos e grande parte dos estudantes conseguiu responder as questões propostas nos questionários. O debate, bastante rico dessa vez, contou com a participação praticamente efetiva dos integrantes da turma, bastante diferente do primeiro momento da oficina que contou com a participação de poucos. Cada grupo trouxe suas impressões sobre as fontes analisadas no questionário e várias indagações foram surgindo.

Infelizmente o tempo destinado ao debate não foi muito grande, então algumas questões ficaram sem uma resposta definitiva. Mas vimos a importância de no mínimo indagações a respeito da história que os alunos aprendem pelo livro didático ser questionada e aprofundada. Contamos com a ajuda do professor supervisor  no diálogo com os alunos. Além do debate os grupos responderam as questões por escrito, o que contribui para a elaboração das ideias e o desenvolvimento da capacidade de escrita. Apesar dos  resultados positivos que colocamos, constatamos algumas questões que precisam ser melhor trabalhadas como o trabalho coletivo (normalmente os alunos dividem as tarefas entre os integrantes) e a dificuldade na expressão escrita o que é demonstrado nas respostas demasiadamente objetivas.

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